quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Maid of Athens, Ere We Part

Maid of Athens, ere we part, 
Give, oh, give back my heart! 
Or, since that has left my breast, 
Keep it now, and take the rest! 
Hear my vow before I go, 
Zoë mou sas agapo. 

By those tresses unconfined, 
Wooed by each Aegean wind; 
By those lids whose jetty fringe 
Kiss thy soft cheeks' blooming tinge; 
By those wild eyes like the roe, 
Zoë mou sas agapo. 

By that lip I long to taste; 
By that zone-encircled waist; 
By all the token-flowers that tell 
What words can never speak so well; 
By love's alternate joy and woe, 
Zoë mou sas agapo. 

Maid of Athens! I am gone: 
Think of me, sweet! when alone. 
Though I fly to Istambol, 
Athens holds my heart and soul: 
Can I cease to love thee? No! 
Zoë mou sas agapo.


by Lord Byron

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Plutão natal em Escorpião

Na casa onde ele se encontrar a pessoa pode sentir necessidade de poder e controle, assim como de profundidade e conexões inconscientes. Pode desenvolver vontade de ter controle emocional seja sobre si mesmo ou sobre os outros. Gosto por viver suas emoções com profundidade e estrategia. 
Plutão natal em Escorpião, sugere: 
  • visão profunda de relacionamento e sexo
  • gosto por magia, poder pessoal, poder e controle emocional e sexual
  • capacidade para renascer das cinzas
  • capacidade para viver o lado emocional profundo nos relacionamentos e na vida
  • estratégia, necessidade de elaborar estratégias antes de agir
  • telepatia, intuição
  • relação natural com a morte, separações, e fim dos processos 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Em termos astronômicos, não existe para cima nem para baixo, já que o universo é infinito

sábado, 30 de novembro de 2013

Tatuagem

“Quero pesar feito cruz nas tuas costas

Que te retalha em postas

Mas no fundo gostas

Quando a noite vem

Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva

Marcada a frio, a ferro e fogo

Em carne viva”



Que me importa poder gritar ao mundo, se só você não ouvirá?

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Porque viver mata


O que nos envelhece e inexoravelmente leva à morte é o próprio oxigênio que nos mantém respirando


Envelhecer ainda é inevitável -e eu, francamente, espero que continue sendo, mas isso é outra história. A de hoje é sobre a razão do envelhecimento e o porquê da sua inevitabilidade.
É simples, é bonito e é paradoxal. Para a biologia atual, o que nos leva à morte é exatamente o que nos mantém vivos: o metabolismo à base do oxigênio que nossas células respiram.
O mesmo Lavoisier que descobriu que o oxigênio é fundamental para a matéria entrar em combustão e pegar fogo também observou que a respiração deve ser o mesmo processo, só que muuuito mais lento. A combustão é a reação química na qual moléculas orgânicas à base de carbono doam muito rapidamente seus elétrons ao oxigênio, liberando grandes quantidades de energia de uma vez só -daí o calor e as chamas que acompanham o processo. Liberada tão rapidamente, essa energia não pode ser aproveitada ou transformada em nada útil.
No corpo, ao contrário, a respiração celular desdobra o processo de combustão em uma série controlada de etapas intermediárias, o que ao mesmo tempo impede que o corpo se consuma de uma vez só em labaredas e permite que a energia liberada no processo seja transferida para outras moléculas, que servem como carreadores de energia. Aos poucos, assim, a energia liberada pela oxidação da glicose e de outros nutrientes sustenta o funcionamento das células.
Você "respira" usando seus músculos para forçar oxigênio para dentro, para que suas células respirem usando esse oxigênio para queimar moléculas e colher a energia liberada. O problema é que mesmo parcial, lenta e controlada, a combustão dos nutrientes dentro das suas células sempre gera moléculas altamente reativas e, portanto, tóxicas: são os radicais livres.
Ao reagir com o que estiver perto, os radicais, produzidos o tempo todo pela respiração que nos mantém vivos, aos poucos danificam a estrutura e o DNA das células, quebram o colágeno, enrijecem as artérias. 
Com o tempo, os resultados acumulados desses danos se mostram em nosso rosto -até que chegue a falência completa do corpo, danificado demais.
O que nos envelhece e inexoravelmente leva à morte é o próprio oxigênio que nos mantém respirando: ao mesmo tempo fundamental à vida, mas às custas de nos levar à morte. A vida é, portanto, necessariamente autocontrolada. Para morrer basta estar vivo, de fato. 

SUZANA HERCULANO-HOUZEL é neurocientista, professora da UFRJ, autora do livro "Pílulas de Neurociência para uma Vida Melhor" (Sextante) e do blog www.suzanaherculanohouzel.com

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Eternamente Ela




"Ela tem a força de toda uma vida e o mistério da morte.
Tece vento, cria asas, ri sozinha e canta para lua.
Ela não precisa de roupas, de segredos, fala tudo, anda nua.
Põe magia na cama, na cozinha, fé na vida, luz ao norte.

Os pássaros que te revelam segredos pertencem à Ela.
A voz que te sopra silenciosa vem Dela.
A intuição é Dela e o amor e a paixão.
O fascínio da lua está com Ela, Ela será teu céu e teu chão.

A mão estendida será Dela... A saliva na ferida, o abraço, o laço.
O corpo nu que te aquecerá, a boca, o peito, a alma e os pés.
A fúria, o sutil, a cura... Nem sempre rosa, pedra, ao invés.
Ela é a origem do feminino... Ela é tudo o que for instintivo.

Alma de fada, carma de bruxa num corpo de Deusa.
Tem sombra felina, quatro patas, têm garras e pêlos.
Ela deixa rastros para que a siga...
Sussurra em sonhos noturnos para que A decifre.

Ela enche tua vida de sinais
Para que tenha vontade de encontrá-La, libertá-La e amá-La.
Ela é a música, a poesia, a arte e o encanto
O sopro, o tiro, cheiro de lama, Ela é de tudo um tanto.

Ela é selvagem... Elfa, demônio, anjo, raposa.
Ela é a dona da matilha, amante e esposa.
Ela é tudo que nos mantém vivos
quando achamos que chegamos ao fim.

Ela sabe sentir, disfarçar e amar profundamente
Sabe trazer para perto, sabe repelir, criar e destruir.
Ela é A que faz rir, Ela sabe o ponto para fazer o olho brilhar
E o olho Dela brilha... e o dele também.

Ela dá mais sabor ao culto da paixão...
Porque Ela é celestial, selvagem, sublime.
Dá mais sentido a vida...
Sendo o casulo, as asas, o rumo e a libertação."



Carolina Salcides

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Prazer

[...]Voltemos, agora, ao tema da morte. Para os epicuristas, simplesmente não faz sentido se preocupar com ela. Acompanhe, leitor, o raciocínio: quando um ser humano existe, a morte não existe para ele. Quando ela existe, ele é que não existe mais. Assim, nós nunca nos encontramos com nossa morte – nossa existência nunca se dá ao mesmo tempo da existência dela. Logo, ocupemos nossas mentes com a vida e desfrutemos dela. E qual é o maior bem que podemos usufruir? O prazer. Ah, o prazer!

As pessoas estão dormindo

Um garotinho estava brincando com seus blocos de madei­ra, quando o pai entrou no seu quarto.
Quieto, papai, estou construindo uma igreja.”
O pai, querendo testar o conhecimento religioso do filho, disse: “Por que devemos estar quietos na igreja?”
“Nós devemos, porque as pessoas estão dormindo.”

O homem está dormindo. Este sono não é o sono comum, é um sono metafísico. Mesmo quando você pensa que está acor­dado, você permanece adormecido.

Com os olhos abertos, andando na rua, trabalhando em seu escritório, você permanece adormecido. Não é apenas na igreja que você está adormecido, você está adormecido em todo lugar. Você está simplesmente adormecido.

Esse sono metafísico tem de ser quebrado, esse sono metafísico tem de ser completamente abandonado. A pessoa tem do tornar-se uma chama de consciência. Somente então a vida co meça a ser significativa, somente então a vida ganha significado, somente então é vida, não a vida do dia-a-dia, comum, rotina maçante - a vida tem poesia em si e mil e uma flores de lótus no coração. Então há Deus.

Deus não é uma teoria, não é um argumento. É uma expe­riência importante na vida. E a importância só pode ser sentida quando você não está adormecido. Como você pode sentir a im portância da vida estando adormecido? A vida é significante, imensamente significante. Cada momento dela é precioso. Mas você está adormecido. Apenas olhos despertos podem ver essa importância, viver essa importância.

Um desses dias houve uma pergunta. Alguém indagou: Osho, você fica nos dizendo para celebrar a vida. O que há para celebrar? Eu posso entender. A pergunta é relevante. Pare­ce não haver nada para celebrar. O que há para celebrar? A per­gunta dele é a sua pergunta, é a pergunta de todo mundo.

Mas a realidade é exatamente o contrário. Há tudo para ce­lebrar. Cada momento é tão imenso, tão fantástico, cada mo­mento traz tanto êxtase. . . Mas você está adormecido. O êxtase vem, paira ao seu redor e se vai. A brisa vem, dança ao seu redor e se vai. E você permanece adormecido. As flores desabrocham e a fragrância vem a você, mas você está adormecido. Deus fica cantando de mil e uma formas, Deus dança ao seu redor, mas você está adormecido.

Você me pergunta: O que há para celebrar? O que não há para celebrar? Tudo que uma pessoa pode imaginar está aí. Tu­do que alguém pode desejar está aí. E é mais do que você pode imaginar. É em abundância. A vida é um luxo!

Pense num homem cego. Ele nunca viu uma rosa desabro­char. O que ele tem perdido? Você sabe? Você não pode sentir nenhuma compaixão por ele? Ele tem perdido algo, algo divino. Ele não vê o arco-íris. Ele não vê o nascer nem o pôr-do-sol. Ele não vê as folhagens das árvores. Ele não vê a cor. Que escura é a consciência dele! E você tem olhos e diz: O que há para celebrar? O arco-íris está aí, o pôr-do-sol está aí, as árvores verdes estão aí, uma existência tão colorida...

Mesmo assim eu entendo. Sua pergunta é relevante. Enten­do que sua pergunta tem algum sentido. O arco-íris está aí, o pôr-do-sol está aí, o oceano, as nuvens, tudo está aí — mas você está adormecido. Você nunca viu uma rosa. Você passou por ela, você olhou a rosa — não estou dizendo que não a tenha olhado, você tem olhos, assim, você olha — mas você não a viu, não meditou sobre ela, você não deu nem um único momento de sua meditação a ela, você nunca esteve em sintonia com ela, você nunca esteve ao lado dela, sentado perto, em comunhão, você nunca disse ‘oi’ para ela, você nunca participou com ela. A vida passa, você continua aí, sem participar. Você nunca está em harmonia com a vida, por isso sua pergunta é significativa. Você tem olhos mas não vê, tem ouvidos e não ouve, tem cora­ção e não ama — você está profundamente adormecido.

Isso tem de ser entendido, eis porque continuo a repetí-lo muitas vezes. Se você entende que está adormecido, o primeiro raio do despertar entra em você. Se você pode sentir que está adormecido, então você não está mais, então você está exata­mente à beira de onde o dia se rompe — a manhã, a alvorada.

Mas a primeira coisa essencial é entender que “eu estou adormecido”. Se você pensa que não está adormecido, você nunca estará acordado. Se pensa que essa vida que você tem le­vado até agora é a vida de um ser acordado, por que então você deveria buscar e procurar caminhos para acordar a si mesmo? Quando um homem sonha e sonha que está acordado, por que ele deveria tentar acordar? Ele já acredita que está acordado. Esse é o maior truque da mente e todos estão sendo enganados por ele. O maior truque da mente é dar a você a ideia de ser aquilo que você não é, é ajudá-lo a sentir que você já é aquilo.

Osho, em "Sufis: O Povo do Caminho"


Leia mais: http://www.palavrasdeosho.com/2013/09/as-pessoas-estao-dormindo.html#ixzz2fqXFuCYA

sábado, 21 de setembro de 2013

Carta de Beethoven

“Meu anjo, meu tudo, meu próprio ser – Hoje apenas algumas palavras à caneta (à tua caneta). Só amanhã os meus alugueres estarão definidos – que desperdício de tempo… Por que sinto essa tristeza profunda se é a necessidade quem manda? Pode o teu amor resistir a todo sacrifício embora não exijamos tudo um do outro? Podes tu mudar o fato de que és completamente minha e eu completamente teu? Oh Deus! Olha para as belezas da natureza e conforta o teu coração. O amor exige tudo, assim sou como tu, e tu és comigo. Mas esqueces-te tão facilmente que eu vivo por ti e por mim. Se estivéssemos completamente unidos, tu sentirias essa dor assim como eu a sinto. [...] Nós provavelmente devemos nos ver em breve, entretanto, hoje eu não posso dividir contigo os pensamentos que tive nos últimos dias sobre minha própria vida – Se os nossos corações estivessem sempre juntos, eu não teria nenhum… O meu coração está cheio de coisas que eu gostaria de te dizer – ah – há momentos em que sinto que esse discurso é tão vazio – Alegra-te – Lembra-te da minha verdade, o meu único tesouro, o meu tudo como eu sou o teu. Os deuses devem-nos mandar paz… Teu fiel Ludwig”


Beethoven para Amada Imortal

Carta de Karl Marx

“Meu amor, enquanto nos separa um espaço, estou convencido de que o tempo é para o meu amor como o sol e a chuva são para uma planta: fazem crescer. Basta você ir, meu amor por você apresenta-se a mim como ele realmente é: gigantesco; e nele se concentra toda minha energia espiritual e toda a força dos meus sentidos …. Você vai sorrir, meu amor, e te perguntarás por que eu caí na retórica. Mas se eu pudesse pressionar contra o meu coração o seu, puro e delicado, guardaria em silêncio e não deixaria escapar nem uma só palavra.”


Karl Marx para Jenny von Westphalen

Carta de Lewis Carroll

“Minha querida Gertrude, você vai ficar admirada, surpresa, desolada ao saber que terrível indisposição eu senti quando você partiu. Mandei chamar um médico e lhe disse: ‘Dê-me um remédio contra o cansaço porque eu estou cansado’. Ele me respondeu: ‘Nunca! Você não precisa de remédio! Se você está cansado, vá para a cama!’ ‘Não’, repliquei, ‘não se trata desse tipo de cansaço que passa quando se deita. Eu estou cansado no rosto.’ Ele ficou muito sério e depois disse: ‘Sim, estou vendo, é seu nariz que está cansado; e isso acontece por que você mete o nariz em tudo’. E eu respondi: ‘Não, não é bem o nariz. Talvez tenha sido um gole de ar’. Então ele fez uma expressão de espanto e disse: ‘Agora estou entendendo: naturalmente você tocou muitas árias em seu piano’. ‘De forma nenhuma, protestei. Nada de árias, mas de alguma coisa que fica entre o meu nariz e o meu queixo’. Aí ele ficou muito sério e perguntou: ‘Ultimamente você tem andado muito com seu queixo?’ Eu disse: ‘Não’. ‘Bem!’ disse ele, ‘isso me preocupa muito. Não sente alguma coisa nos lábios? ‘Claro!’ exclamei. É exatamente isso que eu sinto!’ Então ele ficou mais sério do que nunca e disse: ‘Acho que você andou dando muitos beijos’. ‘Bem’, respondi, ‘na verdade eu dei um beijo numa menininha que é muito minha amiga.’ ‘Pense bem’. disse ele, ‘você tem certeza de que foi somente um?’ Eu pensei bem e disse: ‘Talvez tenham sido onze’. Então o doutor respondeu: ‘Você não deve dar nenhum beijo até que seus lábios tenham descansado bastante’. ‘Mas o que devo fazer’, repliquei, ‘se ainda estou devendo a ela cento e oitenta e dois beijos?’ Nessa hora ele ficou tão triste, mas tão triste, que as lágrimas começaram a rolar em seu rosto. E ele disse: ‘Você pode enviálos numa caixa’. Então eu me lembrei de uma pequena caixa que eu havia comprado em Dover, pensando em poder um dia oferecê-la a uma menininha. Por isso é que eu lhe envio essa caixa depois de ter colocado nela todos os meus beijos. Diga-me se eles chegaram bem, ou se algum se perdeu pelo caminho.”


Lewis Carroll para Gertrude Chataway

Carta de amor de Napoleão

“Já não te amo: ao contrário, detesto-te. És uma desgraçada, verdadeiramente perversa, verdadeiramente tola, uma verdadeira Cinderela. Nunca me escreves; não amas o teu marido; sabes quanto prazer tuas cartas dão a ele e ainda assim não podes sequer escrever-lhe meia dúzia de linhas, rabiscadas apressadamente. Que fazes o dia todo, Madame? Que negócio é assim tão importante que te rouba o tempo para escrever ao teu devotado amante? Que afeição abala e põe de lado o amor, o terno e constante amor que lhe prometeste? Quem será esse maravilhoso novo amante que te ocupa todos os momentos, tiraniza seus dias e te impede de dedicar qualquer atenção ao teu esposo? Cuidado, Josefina: alguma bela noite as portas se abrirão e eu surgirei. Na verdade, meu amor, estou preocupado por não receber notícias tuas; escreve-me neste instante quatro páginas plenas daquelas palavras agradáveis que me enchem o coração de emoção e alegria. Espero poder em breve segurar-te em meus braços e cobrir-te com um milhão de beijos, candentes como o sol do Equador. Bonaparte”


Napoleão para Josefina

domingo, 8 de setembro de 2013

Um Conto de Samhain

Não foi a muito tempo que aconteceu. O Sol sumia no Oeste, e as aves noturnas já deixavam seus ninhos, umas ameaçando cantar. Debaixo das árvores, correndo para suas tocas, os pequenos animais apressavam-se, fugindo do frio cortante que se faria presente em pouco tempo. Aquela era a época do Cornudo, e só as criaturas mais fortes sobreviveriam a inverno tão rigoroso. O Sol baixou, baixou, até que só se via uma fina linha de separação entre céu e Terra no horizonte, e tudo ficou avermelhado, com um ar mais mágico. E então, a luz se foi. A Lua estava crescente no céu, e um vento gelado começou a correr por entre os troncos seculares das árvores. Ouve-se, agora, o som de uma flauta...som tão límpido e cristalino, que a superfície do lago, antes parada, tremulou ao som da melodia alegre.Todos os animais da floresta pararam para ouvir o som da flauta, e mesmo as aves noturnas cessaram seu canto orgulhoso. E por entre as árvores, a flauta se fez ouvida em toda a floresta. E mais nada, além do som doce da flauta.

Atravessando o lago, um pouco depois do Grande Carvalho, estava a fonte de tal encantamento.Sentado numa pedra coberta de limo, balançando ao som da flauta de bambu, um ser robusto, com tronco e cabeça de homem, pernas cobertas de pêlo, cascos de cavalo e grandes chifres pontiagudos.Observava a donzela que dançava ao som de sua música, logo à sua frente. Tinha longos cabelos claros, lisos, que escorriam até a altura da cintura. Os fios sedosos acompanhavam os movimentos da dança, pés habilidosos moviam-se descalços sobre a grama. A Deusa nunca havia estado tão bela quanto naquela noite.Os dois brincavam nus, na noite fria da floresta, e alguns animais se juntavam ao redor da clareira.Cansada, a Donzela sentou-se, e olhando para o Cornudo, esperou que a música acabasse. Quando o Deus afastou a flauta de seus lábios, as figuras dos animais e da Donzela desapareceram ... meras lembranças. A Deusa agora recolhia-se grávida no Mundo Subterrâneo, guardada por seus familiares, pronta para dar à luz dentro de tão pouco tempo.Era necessário que o Sol Novo nascesse. O Cornudo levantou-se com tristeza e caminhou até o lago, para observar seu reflexo. Já estava velho e fraco, mas ainda continha grande energia ...energia necessária para que a Deusa agüentasse o parto que se seguiria em menos de dois meses. Já não podia continuar a viver ... a Terra precisava de seu sangue, e o Sol Novo de sua energia.Um grito ecoou em sua mente: a Deusa sofria. Aquele era o momento certo. O Cornudo olhou para os céus, e olhando para a mata, despediu-se de sua casa. Tambores rufaram quando Ele ergueu suas mãos e pronunciou as palavras secretas. Houve uma explosão, e Ele desapareceu.Aqui, numa clareira nas montanhas, já distante da floresta, ouviam-se os tambores de guerra. Uma música rápida e repetitiva tornava o ar agressivo. Também com uma explosão, o cornudo surge no centro do círculo, um olhar decidido em seu rosto.O Velho Cornudo tinha agora em suas mãos uma adaga ritual, e quando Ele a levantou apontada para seu peito os tambores cessaram. Cernunnos fechou os olhos, e o momento se fez silencioso ...aqueles segundos duraram milênios ... O Cornudo levou a adaga a seu peito, e os tambores voltaram a tocar.Quando a lâmina fria rasgou a carne do Deus, não houve um grito, sequer um sussurro de dor ...apenas o som do sangue derramando-se sobre a terra. O Cornudo ajoelhou-se, com calma em seu olhar. Com as próprias mãos, abriu a ferida para que os espíritos recolhessem o sangue.Quando o círculo tornou-se silencioso novamente, e todos os espíritos partiram, o Deus deitou e virou-se para as estrelas, e esperou que a paz voltasse a reinar sobre a floresta. Ainda sentia o sangue escorrendo para fora de seu corpo, e regando o círculo sagrado em que repousaria para sempre.E do solo, ou talvez de lugares além das estrelas mais distantes, elevou-se um cântico, murmurado e pausado ... talvez fossem as pequenas criaturas do subsolo, ou ainda as estrelas, despedindo-se de seu Deus.
"Hoof and Horn,
Hoof and Horn
All that Dies Shall be Reborn.
Corn and Grain, Corn and Grain
All that Falls
Shall Rise Again."
O Cornudo morreu sorrindo, sabendo ser a semente de seu próprio renascimento. E Ele pode sentir sua energia retornando ao útero da Grande Mãe, que agora deixava de sofrer... Os espíritos, então,

romperam a barreira entre os dois mundos, e caminharam por sobre a Terra, espalhando o sangue e a força do Deus, para que pudéssemos sobreviver através dos tempos difíceis que se aproximavam.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O mais belo momento da vida

O mais belo momento da vida de uma pessoa é quando não há confusão nem certeza. Ela simplesmente é. Um espelho refletindo aquilo que é, sem direção, indo pra lugar algum, sem ideia de fazer algo, sem nenhum futuro, só absolutamente no presente, intensamente no presente.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Sim e não

"Desobediência é a grande revolução, Isso não significa ser absolutamente contra qualquer situação. Significa simplesmente decidir fazer algo ou não, se é benéfico fazer algo ou não. É assumir a responsabilidade por si.[...]"



Osho

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Latenight Moonlight

Thought of something in the moonlight, what do you think it was?
Thought of something in the moonlight, forgot it by the morning sun
Whispering the sweeter nothings, feel you high above
Now I'm your love
Tell me why you think I love you, and I'll tell you if you're right
Told you all my darkest secrets, but I think I lied
Whispering the sweeter nothings, feel you high above
Now I'm your love
Oh, you know it's true
How I love you
Will I ever find your love? Tell me before the break of day,
I was passing down your fair, latenight moonlight fades away,
Latenight moonlight fades away
Latenight moonlight fades away



Apaixonada eternamente pelas músicas que respiro, sorrio e me arrepiam.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O Poder do Agora

"O passado é uma memória, é um pensamento que surge no presente.
O futuro é apenas uma antecipação, é outro pensamento que surge no agora.
O que verdadeiramente temos é este momento, só isso.
Passamos a maior parte de nossas vidas esquecendo
 esta verdade, fugindo dela, olhando por cima dela.
E o horror é que temos sucesso nisso.
Conseguimos nunca nos conectar com o momento presente e encontrar a satisfação aqui e agora, porque estamos sempre com a esperança de ser feliz no futuro.
E o futuro nunca chega.
Mesmo quando pensamos que estamos no momento presente, de forma muito sutil, muitas vezes estamos olhando por cima dele, antecipando em nossas mentes o que está por vir.
Estamos sempre buscando a solução de um "problema".
E é possível simplesmente deixar o problema, seja que só por um momento e aproveitar o que é real na sua vida no presente.
Esta não é uma questão de novas informações ou obter mais informações, ela exige uma mudança de atitude.
Isso requer uma mudança na atenção à sua experiência no momento presente."

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Anímate al Amor

A ti, que habitas
en los confines de mi ilusión,
deja que la luz de mi corazón
sea tu guía.

Anímate y hallarás:
La dulce palabra que te seduzca,
el suave éxtasis de la más pura pasión,
el abrazo tierno de fuertes brazos,
ese beso que te estremece y enamora,
la caricia que empieza en tu rostro
y rueda hasta el alma...
la ternura que sólo pueden brindar
el brillo de los ojos enamorados...

El eco de un amor sincero
deja la insaciable sed
de brindarse por entero
a la dicha sublime de adorarte.

Licencia la razón, sigue el instinto,
atrévete, te estoy esperando...
con una rosa en una mano,
y en la otra... ¡Mi eterno Amor!

(Fabián Ruiz)

A Maconha na Cultura Indiana

Na India a maconha é usada tradicionalmente pelos devotos do deus Shiva,  o responsável pela destruição e renovação do universo,  a planta  é considerada um presente do deus para o homem. Diz a mitologia indiana que a erva surgiu de Shiva quando em certa ocasião, extasiado com um banquete que lhe foi oferecido por sua esposa Parvati, babou,  e do contato de sua saliva com a terra surgiu a planta abençoada.
Uma bebida feita a base de leite e maconha chamada Bhang é utilizada como veiculo de ligação entre o homem e o deus do panteão hindu . Todos os anos acontecem festividades no país, como o Mahâshivarâtri  ”Grande noite de Shiva”, onde os devotos passam um dia inteiro de rituais  em jejum e no dia seguinte consomem  uma grande quantidade de Bhang.
Outra festa tradicional na India é  o festival de Holi, onde os participantes se reúnem em praças abertas e promovem uma guerra de cores, atirando pigmentos coloridos uns nos outros. Nesta data festiva também se consome grandes quantidades de maconha através do Bhang e de bolinhos que são ingeridos em oferenda a Shiva.

Bebendo o Bhang
O Haxixe conhecido também como charas é consumido diariamente em grandes quantidades pelos Sadhus, religiosos renunciantes que abrem mão dos bens materiais e passam a morar na  rua meditando, fazendo oferendas a deus e vivendo de doações.  O uso do haxixe é feito em cachimbos tradicionais chamados chilums que representam  o corpo de Shiva,  o charas  representa a mente de Shiva, e a fumaça  a divina influência do deus com sua misericórdia.
Fumando no Chilum
Comprar maconha na India não é ilegal, existem lojas chamadas Bhang Shops onde se pode comprar a erva e derivados como a bebida sagrada e biscoitos.
Turistas de todo o mundo vão a India em busca de iluminação espiritual e a maconha de acordo com praticantes nativos pode ser uma ferramenta indispensável nessa busca.
Para terminar um procedimento básico para o uso ritual do charas ou Ganga, seguido de dois mantras para oferecer a erva aos deuses.

Antes da primeira tragada : 

“Alakh!”
“Bam Bam Bholanath!”
“Bom Shiva!”

Oferecendo a ganja pra Balarama:
“Baladev Baladev Hara Hara Ganja! “
Oferecendo para Shiva, quem segundo a lenda, de sua saliva criou a erva: 
“Om Shiva Shankara Hari Hari Ganga!”

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Manifesto da Sociedade Alternativa







A lei do forte 
Essa é a nossa lei e a alegria do mundo 
Faz o que tu queres ah de ser tudo da lei 
Fazes isso e nenhum outro dirá não 
Pois não existe Deus senão o homem 
Todo o homem tem o direito de viver a não ser pela sua própria lei 
Da maneira que ele quer viver 
De trabalhar como quiser e quando quiser 
De brincar como quiser 
Todo homem tem direito de descansar como quiser 
De morrer como quiser 
O homem tem direito de amar como ele quiser 
De beber o que ele quiser 
De viver aonde quiser 
De mover-se pela face do planeta livremente sem passaportes 
Porque o planeta é dele, o planeta é nosso. 
O homem tem direito de pensar o que ele quiser, de escrever o que ele quiser. 
De desenhar, de pintar, de cantar, de compor o que ele quiser 
Todo homem tem o direito de vestir-se da maneira que ele quiser 
O homem tem o direito de amar como ele quiser, tomai vossa sede de amor, como quiseres e com quem quiseres 
Há de ser tudo da lei 
E o homem tem direito de matar todos aqueles que contrariarem a esses direitos 
O amor é a lei, mas amor sob vontade 
Os escravos servirão 
Viva a sociedade alternativa 

Raul Seixas

A “Felicidade”

"[...]Não se quer nem mesmo uma extensão comparativamente breve desses estados “reais”; o Amor, embora reconhecido como tal para uma vida inteira, é geralmente intolerável após um mês; e Marrom-Glacês enjoam após os primeiros cinco ou seis quilogramas terem sido consumidos. Porém a “Felicidade”, eterna e sem forma, não é menos agradável porque estas suas formas cessam de proporcionar prazer. O que ocorre é que a Ideia cessa de encontrar a sua imagem naquelas imagens em particular; ela começa a perceber as limitações, que não são ela mesma e que de fato a negam, assim que a sua alegria original através da realização de ter se tornado consciente de si mesma desaparecer gradualmente. Ela se torna consciente da imperfeição externa dos Marrom-Glacês; eles não mais representam a sua natureza infinitamente variada. Portanto, ela os rejeita, e cria uma nova forma de si mesma, tal como Camisolas com pálidas fitas amarelas ou Cigarros Âmbar.[...]"


Ordo Templi Orientis




O Corvo

1
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."
2
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!
3
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".
4
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.
5
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.
6
Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."
7
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.
8
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".
9
Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".
10
Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhão também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".
11
A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".
12
Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".
13
Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!
14
Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
15
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".
16
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Édem de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
17
"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
18
E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!


Edgar A. Poe

A lei do forte

A lei do forte: esta é a nossa lei e a alegria do mundo.



por Aleister Crowley

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Morre lentamente...

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve musica, quem não encontra graça em si mesmo...

 Morre lentamente quem se torna escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não arrisca vestir uma nova cor, quem não conversa com quem não conhece... 
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com seu trabalho ou amor, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos..." 


(Pablo Neruda)

sábado, 20 de julho de 2013

Playmate of the century






Some kind of magic in the air apocalyptic
I don't care I am a rocket I am the lady you can't get
Some more love tricks in my hat supersonic
May I be blond or brunette I am the soulmate you can't get

People and pleasure, objects and power

Playmate of the century posing in the galaxy

Some kind of cosmic in the air electrostatic
I don't care I am a magnet I am the power you can't get
Some more love kicks from the hood intergalactic
In your planet of your regret I am the girlfriend you can't get

Playmate of the galaxy posing in the century
Playmate of the century posing in the galaxy

People and pleasure, objects and power

Playmate of the galaxy posing in the century
Playmate of the century posing in the galaxy

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Amor

                                                                             Quand la mort est si belle, Il est doux de mourir.
                                                                                                                     V. Hugo



Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu'alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábio beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d'esperança,
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela,
Minha'alma, meu coração!
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!



Álvares de Azevedo

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Já não serve!

Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perda de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por ai querendo entrar. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça. – Caio Fernando Abreu

terça-feira, 2 de julho de 2013

Annabel Lee

Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.


Edgar Poe

domingo, 30 de junho de 2013

Sua grande concha alcança o espaço infinito

"Agora você sente como não se apega a nada.
Sua grande concha alcança o espaço infinito,
e lá os ricos e espessos fluídos sobem e descem.
Iluminados em seu espaço infinito,
um bilhão de estrelas giram pela noite,
brilham no alto sobre a sua cabeça.
Mas em você é a presença que será
quando todas as estrelas estiverem mortas."

Rilke