domingo, 20 de novembro de 2011

Há poetas que são artistas

E há poetas que são artistas
E trabalham nos seus versos
Como um carpinteiro nas tábuas!...

Que triste não saber florir!
Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro
E ver se está bem, e tirar se não está!...
Quando a única casa artística é a Terra toda
Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma.

Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira,
E olho para as flores e sorrio...
Não sei se elas me compreendem
Nem sei eu as compreendo a elas,
Mas sei que a verdade está nelas e em mim
E na nossa comum divindade
De nos deixarmos ir e viver pela Terra
E levar ao solo pelas Estações contentes
E deixar que o vento cante para adormecermos
E não termos sonhos no nosso sono.

Alberto Caeiro
Eu acredito que tudo acontece por um motivo. As pessoas mudam para que você consiga deixá-las para lá. As coisas dão mal para você aprender a aprecia-las quando estão boas. E às vezes, coisas boas se separam para que coisas melhores ainda se juntem.


Marilyn Monroe

sábado, 19 de novembro de 2011

Aquilo que chamamos de "educação" não tem nada a ver com educação - é exatamente o oposto. A própria palavra "educação" significa trazer à tona algo que está no interior de uma pessoa, trazer seu centro para a superfície, para as bordas, fazer com que seu ser se torne manifesto - porque ainda está latente, não-manifesto, está adormecido -, tornando-o ativo e dinâmico. Isso é educação.

Mas não é isso que tem acontecido no processo educacional. Ocorre justamente o oposto: estão enchendo as pessoas de ideias. Nada tem sido retirado do poço: as águas do poço estão sendo exploradas.

Em vez disso, pedras têm sido lançadas dentro do poço. Logo a água irá desaparecer e o poço ficará cheio de pedras.

É isso que vocês chamam de eruditos, sábios, professores. Nada são além de tomates recheados. Nada além disso, apenas pessoas recheadas com grande quantidade de besteiras.

Osho


www.palavrasdeosho.com

Em sintonia e fora de sintonia





E você sempre acha que alguma coisa está fora de sintonia. Isso também é natural, pois, quando duas pessoas se encontram, dois mundos diferentes também estão se encontrando.

Esperar que eles se encaixem perfeitamente é esperar demais, é esperar o impossível, e isso provocará frustração. Algo sempre estará fora de sintonia. Se vocês se entrosarem perfeitamente e nada ficar fora de sintonia, o relacionamento ficará estagnado.

No máximo, haverá alguns momentos em que tudo está em sintonia, raros momentos. Mesmo que esses momentos aconteçam, eles podem nem ser detectados, pois são tão raros e fugidios!

Mal chegam e já estão indo embora; não passam de um vislumbre. E esse vislumbre pode deixá-los mais frustrados, porque você começará a perceber que mais e mais coisas estão fora de sintonia.

É assim que tem que ser. Empenhe-se ao máximo para criar essa sintonia, mas esteja sempre preparado para o caso de ela não acontecer perfeitamente. E não se preocupe com isso, do contrário você ficará cada vez mais fora de sintonia.

O sentimento de estar em sintonia só ocorre quando você não está preocupada com isso. Ele acontece apenas quando você não está tenso em relação a isso, quando não tem expectativas - ele surge do nada. Trata-se de uma graça, de uma dádiva da existência, uma dádiva do amor.

O amor não é uma coisa que você possa fazer. Mas, fazendo outras coisas, o amor pode acontecer. Existem coisinhas que você pode fazer - sentarem-se juntos, olhar a lua, ouvir música - nada diretamente relacionado ao amor.

O amor é muito delicado, muito frágil. Se você olha para ele, fixa os olhos nele diretamente, ele desaparece. Só aparece quando você está distraído, fazendo outra coisa.

Você não pode atingi-lo diretamente, como com uma flecha. O amor não é um alvo. Ele é um fenômeno muito sutil. É muito tímido. Se você encará-lo de frente, ele se esconde. Se fizer alguma coisa diretamente, você o perde.

Osho

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Canção do vento e da minha vida

O vento varria as folhas,
o vento varria os frutos,
o vento varria as flores...

E a minha vida ficava
cada vez mais cheia
de frutos, de flores, de folhas.

O vento varria as luzes,
o vento varria as músicas,
o vento varria os aromas...

E a minha vida ficava
cada vez mais cheia
de aromas, de estrelas, de cânticos.

O vento varria os sonhos
e varria as amizades...
o vento varria as mulheres.

E a minha vida ficava
cada vez mais cheia
de afetos e de mulheres.

O vento varria os meses
e varria os teus sorrisos...
o vento varria tudo!

E a minha vida ficava
cada vez mais cheia
de tudo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.


Manuel Bandeira

sábado, 12 de novembro de 2011

Que medo é esse?

Só existe um medo básico. Todos os outros medos são consequências do medo principal que todo ser humano carrega dentro de si. O medo é de se perder. Ele pode acontecer na morte, no amor, mas o medo é o mesmo.

Você tem medo de se perder. E o mais estranho é que as pessoas que têm medo de se perder são justamente aquelas que não estão de posse de si mesmas. Aquelas que estão de posse delas mesmas não têm medo. Então, é na realidade uma questão de exposição. Você não tem nada a perder.

Você acha que tem algo a perder. As pessoas têm medo da vida. Elas têm medo da vida porque a vida só é possível se você for capaz de enlouquecer - enlouquecer no amor, enlouquecer na sua canção, enlouquecer na sua dança. É aí que reside o medo.

Quem tem medo da morte? Nunca cruzei com ninguém que tivesse. Mas quase todo mundo que eu conheço tem medo da vida. Descarte o medo da vida... Porque ou você tem medo ou vive, só depende de você. Você não tem nada a perder, só tem a ganhar. Esqueça as lágrimas e mergulhe de cabeça na vida.

Então um dia a morte virá como uma convidada de honra, não como uma inimiga, e você apreciará a morte ainda mais do que apreciou a vida, porque a morte tem as suas próprias belezas. E a morte é muito rara, porque ela só acontece uma só vez - a vida acontece todos os dias.

Osho

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"[...] afirmação e satisfação da vida, em uma continuação de evolução
e desenvolvimento da consciência, que dá significado ao Universo que conhecemos, e a
nosso papel pessoal dentro do mesmo."

sábado, 5 de novembro de 2011

Esqueça tudo sobre Deus - procure o amor

Friedrich Nietzsche disse: "Deus está morto". Mas ninguém perguntou a ele: "Quem matou Deus?" Só existem duas possibilidades: ou ele cometeu suicídio ou foi assassinado.

E Deus não pode cometer suicídio. Isso é impossível, porque Deus significa bem-aventurança - por que a bem-aventurança cometeria suicídio? Deus significa verdade - por que a verdade cometeria suicídio? Deus significa eternidade - portanto o suicídio é impossível. Ele deve ter sido assassinado.

Foram os sacerdotes que fizeram isso. Todos os sacerdotes de todas as religiões participaram dessa grande conspiração: eles mataram Deus. Claro que não podem matar o Deus verdadeiro, mas eles podem matar o Deus que eles próprios criaram.

Devido aos dez mil anos de história estúpida em nome da religião, sugiro: procure o amor, esqueça tudo sobre Deus. Assim o divino virá sozinho, naturalmente. Ele certamente virá, é inevitável.

Osho

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Lilith


"[...]Lilith não é um demónio mas uma poderosa deusa primordial, que representa o poder da mulher. Poder não sobre o outro ou sobre as coisas, mas sobre si mesma – o poder de ser ela mesma, de saber fazer com que seu espaço e seu lugar sejam respeitados, de se expressar e viver como seja mais apropriado para ela, sem se submeter à condições abusivas ou mandatos culturais.
O poder de ser livre.


Eu danço a minha vida para mim mesma
Sou inteira
Sou completa
Digo o que penso
E penso o que digo
Eu danço a escuridão e a luz
O consciente e o inconsciente
O sadio e o insano
E falo por mim mesma
Autênticamente
Com total convicção
Sem me importar com as aparências
Todas as partes de mim
Fluem para o todo
Todos os meus aspectos divergentes tornam-se um
Eu ouço
O que é preciso ouvir
Nunca peço desculpas
Sinto os meus sentimentos
Eu nunca me escondo
Vivo a minha sexualidade
Para agradar a mim mesma
E agradar aos outros
Expresso-a como deve ser expressa
Do âmago do meu ser
Da totalidade da minha dança
Eu sou fêmea
Sou sexual
Sou o poder
A muito temida."


Amy Sophia Marashinsky