sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Somos de uma linhagem cujas raízes estão no céu escuro do cosmos

Somos de uma linhagem cujas raízes estão no céu escuro do cosmos. Temos livre trânsito entre os mundos, e as brumas, sombras e crepúsculos nos cobrem a alma dos profanos, mas para aqueles que já adentraram no templo estamos vestidos de céu. O corpo é o templo externo da alma, não o seu cárcere. Percorremos as eras e as culturas em humilde anonimato, semeando nossa arte, velha como a noite. Nossa obra é realizada transpondo os portais da noite, do sonho, da magia, do êxtase e da morte. Muitos são os nossos nomes.
As fronteiras geográficas são coisas dos homens, mas nossa ascendência é divina. Iremos aonde o vento possa nos levar, aonde as águas possam fluir, aonde a terra nos abra seus caminhos, nossa alma está em comunhão com todo o fogo que ilumina esta Terra. Nosso dever prescrito é o desenvolvimento do potencial divino na humanidade - espaço infinito do possível - em toda a sua plenitude. Não pertencemos a este tempo, não pertencemos a esta terra. Essa roda jamais cessará seu giro. Venha conosco...
(Do Livro das Sombras de Casta Diva)