Este beijo em tua fronte deponho! Vou partir. E bem pode, quem parte, francamente aqui vir confessar-te...
terça-feira, 19 de julho de 2011
Não se preocupe com nada em relação aos outros
Abandone-as, e faça isso imediatamente! Sua vida é curta e sua vida está escapulindo pelas suas mãos. A cada momento você é menos, a cada dia você é menos, e a cada dia você está menos vivo e mais morto! Cada aniversário do nascimento é um dia morto, mais um ano se passou pelas suas mãos.
Seja um pouco mais inteligente. Não se preocupe com nada em relação aos outros. Dê prioridade para lidar com o problema que for maior. Gurdjieff costumava dizer para seus discípulos – a primeira coisa, a primeira coisa mesmo, “Descubra qual é a sua principal característica, seu maior problema, sua característica central da inconsciência”.
Em cada um é diferente. Alguém é sexualmente obcecado. Num pais como a Índia, onde por séculos o sexo tem sido reprimido, isso se tornou quase que uma característica universal; todos são obcecados pelo sexo. Alguém é obcecado pela raiva e outro é obcecado pela ambição.
Você precisa observar qual é a sua obsessão básica. Primeiro encontre a principal característica sobre a qual repousa todo o edifício de seu ego. E depois permaneça constantemente cônscio disso porque isso só pode existir se você estiver desatento. Isso é automaticamente dissolvido no fogo da consciência.
E lembre-se, lembre-se sempre, que não é para você cultivar o oposto disso. Senão, o que acontece é que a pessoa se torna consciente de que, ‘Minha obsessão é a raiva, que devo fazer então? Devo cultivar a compaixão’. ‘Minha obsessão é sexo, que devo fazer então? Devo praticar brahmacharya, o celibato.
As pessoas se movem de uma coisa para o seu oposto. Esse não é o caminho da transformação. É o mesmo pêndulo, movendo-se da esquerda para a direita, da direita para a esquerda. E é assim que sua vida tem estado se movendo por séculos; é o mesmo pêndulo.
O pêndulo precisa parar no meio. E esse é o milagre da conscientização. Apenas fique cônscio de que, ‘Essa é a principal armadilha, esse é o lugar onde sempre tropeço, essa é a raiz da minha inconsciência’. Não tente cultivar o oposto disso, mas derrame toda sua consciência nisso.
Crie uma grande fogueira de consciência e isso será queimado. E assim o pêndulo para no meio. E com a parada do pêndulo, o tempo cessa. Você subitamente penetra no mundo da intemporalidade, imortalidade, eternidade.
O ALBATROZ
"[...]
O Poeta se compara ao príncipe da altura
Que enfrenta os vendavais e ri da seta no ar;
Exilado ao chão, em meio à turba obscura,
As asas de gigante impedem-no de andar."
Charles Baudelaire
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Nossa água envenenada intencionalmente!

Mesmo pequenas quantidades de flúor consumido na água encanada pode danificar seus ossos, dentes, cérebro, causar problemas de tiróide, reduzir o QI e causar câncer de acordo com a maior revisão de estudos sobre o flúor.
Um estudo recente da China concluiu que doses baixas de fluoreto de sódio na água potável diminui o QI, especialmente entre as crianças. Este é o vigésimo quarto estudo internacional do gênero com a mesma conclusão. Fluoreto de sódio também tem sido associada à redução da fertilidade e baixa contagem de esperma.
Análises cuidadosas descobriram que o flúor está ligado a efeitos na tiróide, especialmente em pessoas com deficiência de iodo. Três especialistas do painel que analisou os estudos solicitaram publicamente o fim da adição de flúor na água potável.
Baixos níveis de hormônio da tiróide podem aumentar o risco de doença cardíaca, colesterol alto, depressão e menor inteligência nos bebês nascidos de mães com este problema. Foi encontrado “uma forte e consistente associação entre a exposição ao flúor e baixo QI”.
A questão primordial seria se a exposição ao flúor através de diversas rotas como produtos dentais, água e alimentos podem contribuir para desenvolver efeitos nocivos. Estudos posteriores também seriam necessários para descobrir qual dose de flúor pode aumentar o risco de problemas de desenvolvimento neurológico, câncer, fluorose dental e óssea, principalmente para pessoas mais sensíveis.
Quase dois mil profissionais assinaram uma declaração encorajando o Congresso que pare com a adição de flúor na água.Observação: Os nazistas "ministraram" flúor na água dos campos de extermínio, que agiu como sedativo, apaziguando os prisioneiros.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Relógio do Tempo

Quando é de manhãzinha para mim
Já é meio-dia em ponto para alguém
Para muitos essa hora já é tarde
E outros tantos a iluminária logo vem
Bem cedinho é a idade da criança
Logo mais vem vindo a maturidade
Preparando para a hora da colheita
Colher de tudo que plantou nesta verdade
Neste mundo boa árvore dá bom fruto
Dependendo da sua utilidade
O nosso Mestre nos falou da laranjeira
Carregada de laranja em seu hinário
Finda o dia, vem a noite e é descanso
Para quem cuida da sua atividade
Passa a sombra, já nos vem o novo dia
Pleno de luz o Sol em sua claridade
quarta-feira, 22 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
A fábula do tigre

Um filhote de tigre fora criado entre cabras. Prenhe e balofa, sua mãe passara vários dias à procura de uma presa sem nada conseguir, até que deparou com um rebanho de cabras selvagens. Estava faminta, o que explica a violência de sua investida. O esforço do ataque precipitou o parto e ela acabou morrendo de esgotamento. As cabras, que haviam se dispersado, retornaram ao lugar e lá encontraram um filhote de tigre choramingando ao lado de sua mãe. Levadas pela compaixão maternal adoptaram a débil criatura; amamentaram-na junto com suas próprias crias e dela cuidaram ternamente. O animal cresceu e sobreveio a recompensa pelos cuidados dispensados, pois o pequeno companheiro aprendeu a linguagem das cabras, adaptou sua voz àquele som suave e mostrou tanto afecto quanto qualquer cabrito. A princípio teve alguma dificuldade para mastigar com seus dentes pontiagudos as tenras folhas do pasto, mas logo se acostumou. A dieta vegetariana o mantinha enfraquecido, conferindo ao seu temperamento uma notável doçura.
Certa noite - quando o órfão, crescido entre as cabras, já havia alcançado a idade da razão - o rebanho foi atacado, desta vez por um velho e feroz tigre. As cabras se dispersaram, porém o jovem permaneceu onde estava, sem medo ainda que surpreso. Achando-se face a face com a terrível criatura da selva, fitou-o estupefacto. Passado o primeiro impacto, começa a tomar consciência de si. Desamparado, berra, arranca folhas de pasto e se põe a mastigar, ante o olhar perplexo do outro.
De repente, o poderoso intruso pergunta:
- Que fazes aqui entre as cabras?! Que estás mastigando?!
A resposta foi um berro. O outro, indignado, disse num rugido:
- Por que emites este som estúpido?!
E antes que o pequeno pudesse responder, apanhou-o pelo cangote e o sacudiu como se quisesse fazê-lo recobrar a lucidez. O tigre da selva carregou o assustado animal até um lago próximo, soltando-o na margem e obrigando-o a olhar para a superfície espelhada da água, então iluminada pela lua.
- Vê estas duas imagens! Não são semelhantes? Tens a cara típica de um tigre, é como a minha. Por que te iludes pensando seres um cabrito? Por que berras? Por que mastigas pasto?!
O tigrezinho, incapaz de responder, continuava a olhar espantado comparando as duas imagens reflectidas. Inquieto, apoiou-se numa e logo noutra pata, e lançou um grito de aflitiva incerteza. A velha fera novamente o carregou porém agora até seu covil, onde lhe ofereceu um pedaço de carne crua e sangrenta, sobra de uma refeição anterior. Ante a inusitada visão, o jovem tremeu de repugnância mas o velho, ignorando o fraco gesto de protesto, ordenou rudemente:
- Come! Engole!
O outro resistiu, porém a horripilante carne foi forçada a passar entre seus dentes; o tigre vigiava atentamente seu aprendiz que tentava mastigar e preparava-se para engolir. Sua não-familiaridade com a consistência da carne causava-lhe certa dificuldade, e estava prestes a emitir outro débil berro quando começou a experimentar o gosto do sangue. Excitado, devorou o restante com avidez, sentindo um prazer incomum à medida que o novo alimento descia-lhe pela garganta e atingia o estômago. Uma força estranha e quente irradiava de suas entranhas trazendo-lhe uma sensação eufórica e embriagadora. Estalou a língua, lambeu o focinho satisfeito e, erguendo-se, deu um largo bocejo como se estivesse despertando de uma longa noite de sono - uma noite que o manteve sob feitiço por anos e anos. Espreguiçando-se, arqueou as costas, estendeu e abriu as garras. Sua cauda fustigava o solo e, de súbito, irrompeu de sua garganta o triunfal e aterrorizente rugido de um tigre.
O inflexível mestre, que estivera observando de perto, sentia-se recompensado. A transformação, de fato, acontecera. Ao cessar o rugido, perguntou severamente:
- Agora sabes quem realmente és?
E para completar a iniciação de seu jovem discípulo no saber secreto de sua própria e verdadeira natureza, acrescentou:
- Vem! Vamos caçar juntos pela selva.
terça-feira, 14 de junho de 2011
Existe realidade?
O mundo visual que nos rodeia é uma ilusão? É verdade que as cores não existem na natureza? Nosso cérebro reflete fielmente a realidade exterior? As respostas a essas perguntas demonstram que a realidade é um conceito bastante subjetivo, já que muitas das coisas que observamos não existem ou, pelo menos, não são como as enxergamos.
O coquetel de estímulos provenientes do interior e do exterior de nosso corpo e que captamos por meio dos cinco sentidos varia sutilmente de uma pessoa para outra, já que a estrutura, as diferenças e as alterações dos órgãos sensoriais de cada um fazem com que, por exemplo, vejamos e escutemos de forma diferente, tanto que não exitem duas percepções iguais do real. Se essa percepção objetiva, por sua vez, é alterada pela interpretação subjetiva do que somos, acontece e nos rodeia, com base em nossa bagagem de aprendizados e experiências, podemos concluir que a realidade é algo tão pessoal e único como as impressões digitais.
Segundo o neurocientista Francisco J. Rubia, autor do livro "¿Qué sabes de tu cerebro?" (O que seu cérebro sabe?), "antigamente se achava que o cérebro refletia de forma fidedigna o mundo exterior, mas, a cada dia, parece mais evidente que o cérebro é um mundo fechado que traduz os estímulos externos para a linguagem disponibilizada pelas estruturas cerebrais, dando uma versão interna ou uma representação da realidade exterior".
O mundo visual é uma ilusão?
É o que parece. As imagens, que se formam nas duas retinas dos olhos, são distorcidas, pequenas e invertidas. Além disso, o poder de resolução do olho é limitado e disforme, já que, fora do ponto de maior acuidade, é baixo e a retina é praticamente cega para as cores. O olho, além disso, se movimenta constantemente de um ponto para outro do campo visual, de três a quatro vezes por segundo, o que faz o órgão criar um montão de novas imagens. Por outro lado, é conhecida a importância da atenção para a percepção de qualquer sensação: por exemplo, se não temos atenção, não vemos. Além disso, o cérebro "completa" a percepção das coisas que não são vistas, como a visão de um cachorro inteiro atrás de uma cerca, embora só vejamos partes do animal. Mas, talvez o mais importante, seja constatar que muitas das coisas que vemos são criações do cérebro. As chamadas "ilusões óticas" são inúmeras e dizem "a gritos que o cérebro vê o que quer ver, por isso somos incapazes de captar o que costumamos chamar de realidade".
As cores não existem. A natureza não tem mais que diferentes comprimentos de onda. A audição, a visão, a percepção da cor ou do som... Tudo depende do nosso cérebro e da organização espacial das estruturas que processam esses estímulos. Além disso, o processamento cerebral das características ou propriedades dos diferentes estímulos do ambiente, como a qualidade, a intensidade, sua estrutura temporária e local de procedência, podem variar, devido às estruturas e células nervosas que os recebem e transportam. Na visão cromática, intervêm receptores que captam os diferentes comprimentos de onda do espectro electromagnético (azul-violeta, verde, e amarelo-vermelho) e células que produzem as sensação de contraste entre as cores. No final de todo o processo, o cérebro atribui uma determinada cor à atividade dos receptores e de todas as células que há até a informação chegar a um região denominada córtex visual. Mas um comprimento de onda não se transforma no cérebro em uma determinada cor. Não há uma correlação clara entre as duas coisas.
Presos dentro de nós mesmos
Nosso cérebro, então, reflete a realidade exterior? Para Rubia, esta pergunta tem um categórico "NÃO" como resposta: "Existe uma realidade exterior, mas tudo o que vemos, ouvimos, cheiramos, sentimos está dentro de nós mesmos. É o próprio cérebro que está sempre falando com a gente", destaca. Segundo o cientista, "graças às transformações que os receptores dos estímulos externos realizam, graças à tradução dos estímulos físicos para a linguagem cerebral dos impulsos nervosos, fazemos com que surja essa realidade, esse mundo que não está fora, mas dentro do cérebro". A tradução deve ser boa, porque, caso contrário, não teríamos nos adaptado tão satisfatoriamente ao nosso entorno. Porém, estamos presos dentro do nosso cérebro, e qualquer pensamento sobre a captação da realidade é pura ilusão, diz o especialista.
sábado, 11 de junho de 2011
Minha Culpa

Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou? Um fogo-fátuo, uma miragem…
Sou um reflexo… um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém
Como a sorte: hoje aqui, depois além!
Sei lá quem sou? Sei lá! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!…
Sou um verme que um dia quis ser astro…
Uma estátua truncada de alabastro..
Uma chaga sangrenta do Senhor…
Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador…
Florbela Espanca
terça-feira, 7 de junho de 2011
Amor

O estado mais elevado de amor não é, de modo algum, um relacionamento: é simplesmente um estado do seu ser.
Assim como as árvores são verdes, aquele que ama é amoroso. Elas não são verdes apenas para determinadas pessoas: não é que quando você aparecer elas se tornam verdes.
A flor continua espalhando sua fragrância quer alguém apareça ou não, quer alguém aprecie ou não.
A flor não começa a liberar sua fragrância quando um grande poeta está se aproximando — "Bem, este homem apreciará, este homem será capaz de compreender quem eu sou".
E ela não fecha suas portas quando vê que uma pessoa estúpida, idiota, está passando por ali — uma pessoa insensível, obtusa, um político ou alguém parecido... Ela não se fecha — "Qual o sentido? Por que jogar pérola aos porcos?"
Não, a flor continua espalhando sua fragrância. Trata-se de um estado, não de um relacionamento.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
A verdade sobre a Maconha
Superinteressante
quarta-feira, 18 de maio de 2011
O amor é uma espécie de preconceito
quarta-feira, 4 de maio de 2011
[...]Aqui está a mais parecida analogia com a experiência do segundo estado...

"[...]Aqui está a mais parecida analogia com a experiência do segundo estado, da qual a sexualidade física é mera sombra. Se os pólos opostos carregados da eletrostática pudessem ”sentir” quando os terminais desiguais se aproximam um do outro, “precisariam” unir-se. Não existe barreira pra evitar isso. A necessidade aumenta progressivamente com a proximidade. Em determinado ponto dessa proximidade, a necessidade é premente; quando está muito próximo, é toda abrangedora; além de um ponto estabelecido dessa proximidade, a necessidade-atração exerce tremendo puxão, e então os dois pólos diferentes unem-se rápido, envolvendo-se mutuamente.De forma instantânea acontece um interfluxo de elétrons que abala a mente(alma?) , um penetrando no outro; cargas em desequilíbrio tornam-se uniformes; o pacifico equilíbrio de base é restaurado e cada um revitalizado.Tudo isso ocorre num só instante, contudo passou-se uma eternidade.Depois, segue-se calma e serena.
É simplesmente normal e natural. Pode ser difícil reduzir tal emoção funcional e vital a uma necessidade simples e verdadeiramente natural à nada mais nada menos que a aplicação de uma lei da física em outro nível.Todavia muitos testes apóiam consistentemente essa premissa.[...]"
Trecho de "Viagens fora do corpo".
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Amor é a capacidade de estar só

Você deveria ser capaz de estar só, completamente só e, ainda assim, tremendamente feliz. Então, você pode amar.
Então, seu amor não é mais uma necessidade, mas um compartilhar, não mais é uma carência. Você não se tornará dependente das pessoas que você ama. Você compartilhará – e compartilhar é bonito.
Mas o que comumente acontece no mundo é: você não tem amor, a pessoa que você pensa que ama não tem nenhum amor em seu ser também, e ambas clamam pelo amor do outro.
Dois mendigos mendigando entre si.
Como resultado, as brigas, o conflito, a contínua rixa entre os amantes – a respeito de coisas
triviais, coisas imateriais, coisas estúpidas! Mas continua-se brigando.
O conflito básico surge porque o marido acha que não está recebendo o que tem direito de receber, a mulher acha que não está recebendo o que tem direito de receber.
A mulher acha que foi enganada e o marido também acha que foi enganado.
Onde está o amor?
Ninguém está preocupado em dar, todo mundo quer receber.
E quando todo mundo está atrás de receber, ninguém recebe.
E todo mundo se sente perturbado, vazio, tenso.
A fundação básica está faltando, e você começa a construir o templo sem a fundação. Ele irá cair, desabar a qualquer momento. E você sabe quantas vezes seu amor ruiu. E, ainda assim, você prossegue fazendo a mesma coisa repetidamente. Você vive em tal grau de inconsciência!
Você não vê o que você tem feito à sua vida e à vida das outras pessoas.
Você continua, como um robô, repetindo o velho padrão, sabendo perfeitamente bem que você já fez isso antes. E você sabe qual tem sido, sempre, o resultado. E lá no fundo você também está ciente de que vai acontecer o mesmo novamente – porque não há nenhuma diferença. Você está se preparando para a mesma conclusão, o mesmo colapso.
Se há algo que você deve aprender do fracasso do amor, é: torne-se mais consciente, mais meditativo. E por meditação eu quero dizer a capacidade de estar alegre sozinho.
Muito raras pessoas são capazes de estarem felizes sem absolutamente nenhuma razão – simplesmente sentar-se em silêncio e completa felicidade! Os outros acharão essas pessoas loucas, porque a idéia de felicidade é que ela tem que vir de alguém.
Você encontra uma linda mulher e você fica feliz, ou você encontra um homem belo e você fica feliz.
Sentar-se em silêncio em seu quarto e feliz?!
Feliz desse jeito!?
Você deve estar louco!
As pessoas vão suspeitar que você está usando alguma droga, que você está chapado. Sim, a meditação é o LSD definitivo. Ela está liberando seus poderes psicodélicos. Está liberando seu próprio esplendor aprisionado.
E você se torna tão alegre, surge uma tal celebração em seu ser, que você não necessita de nenhum relacionamento.
Você pode se relacionar com as pessoas….
E esta é a diferença entre relacionar-se e relacionamento:
relacionamento é uma coisa: você se apega a ele;
relacionar-se é um fluxo, um movimento, um processo.
Osho
terça-feira, 26 de abril de 2011
Se os tubarões fossem homens

BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Trapo
A manhã, contudo, esteve bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.
Antecipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso.
Bem sei, a penumbra da chuva é elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol visível.
Névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim.
Hoje quero só sossego.
Até amaria o lar, desde que o não tivesse.
Chego a ter sono de vontade de ter sossego.
Não exageremos!
Tenho efetivamente sono, sem explicação.
O dia deu em chuvoso.
Carinhos? Afetos? São memórias...
É preciso ser-se criança para os ter...
Minha madrugada perdida, meu céu azul verdadeiro!
O dia deu em chuvoso.
Boca bonita da filha do caseiro,
Polpa de fruta de um coração por comer...
Quando foi isso? Não sei...
No azul da manhã...
O dia deu em chuvoso.
domingo, 17 de abril de 2011
Relacionamentos
Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
- Cinco anos.... que pena... acabou...
- é... não deu certo...
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos essa coisa completa.
Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto, não vamos encontrar.
Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.
Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?
O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.
Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.
E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.
E nem todo sexo bom é para descartar... ou se apaixonar... ou se culpar...
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ?
Arnaldo Jabor
terça-feira, 12 de abril de 2011
Sobreviver pela palavra.

"Acho que foi a minha inaptidão para o diálogo que gerou o poeta. Sujeito complicado, se vou falar, uma coisa me bloqueia, me inibe, e eu corto a conversa no meio, como quem é pego defecando e o faz pela metade. Do que eu poderia dizer, resta sempre um déficit de oitenta por cento. E os vinte por cento que consigo falar, não correspondem senão ao que eu não gostaria de ter dito - o que me deixa um saldo mortal de angústia. Mesmo desde guri, no colégio, descobri essa barreira em mim, que não posso vencer. Sou um bom escutador e um vedor melhor. Mas só trancado e sozinho é que consigo me expressar. Assim mesmo sem linearidade, por trancos, por sugestões, ambíguo - como requer a poesia.
Sobre elementos que influenciaram a minha formação, agora essa inaptidão para o diálogo, talvez um sentimento dentro de mim do fragmentário, laços rompidos, o esboroo da crença ainda na adolescência, saudade de Deus e de casa, ancestralidade bugra, nostalgia da selva, sei lá. Necessidade de reunir esses pedaços decerto fez de mim um poeta. A incapacidade de agir também me mutila. Sou pela metade sempre, ou menos da metade. A outra metade tenho que desforrar nas palavras. Ficar montando, em versos, pedacinhos de mim, ressentidos, caídos por aí, para que tudo afinal não se disperse. Um esforço para ficar inteiro é que é essa atividade poética. Minha poesia é hoje e foi sempre uma catação de eus perdidos e ofendidos. Sinto quase orgasmo nessa tarefa de refazer-me. Pegar certas palavras já muito usadas, como as velhas prostitutas, decaídas, sujas de sangue e esterco - pegar essas palavras e arrumá-las num poema, de forma que adquiram nova virgindade. Salvá-las, assim, da morte por clichê. Não tenho outro gosto maior do que descobrir para algumas palavras relações dessuetas e até anômalas."
Manoel de Barros
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Só tinha de ser com Você.
Sem saber que era só pra você
É, só tinha que ser com você
Havia de ser pra você
Senão era mais uma dor
Senão não seria o amor
Aquele que a gente não vê
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você
É, você que é feito de azul
Me deixa morar neste azul
Me deixa encontrar minha paz
Você que é bonito demais
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você
Você sempre foi só de mim
Que eu sempre fui só de você
Você sempre foi só de mim
Antônio Carlos Jobim( & Elis Regina)