Este beijo em tua fronte deponho! Vou partir. E bem pode, quem parte, francamente aqui vir confessar-te...
quinta-feira, 25 de julho de 2013
O Corvo
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."
2
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!
3
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".
4
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.
5
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.
6
Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."
7
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.
8
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".
9
Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".
10
Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhão também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".
11
A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".
12
Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".
13
Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!
14
Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
15
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".
16
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Édem de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
17
"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
18
E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!
Edgar A. Poe
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Morre lentamente...
Morre lentamente quem se torna escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não arrisca vestir uma nova cor, quem não conversa com quem não conhece...
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com seu trabalho ou amor, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos..."
(Pablo Neruda)
sábado, 20 de julho de 2013
Playmate of the century
Some kind of magic in the air apocalyptic
I don't care I am a rocket I am the lady you can't get
Some more love tricks in my hat supersonic
May I be blond or brunette I am the soulmate you can't get
People and pleasure, objects and power
Playmate of the century posing in the galaxy
Some kind of cosmic in the air electrostatic
I don't care I am a magnet I am the power you can't get
Some more love kicks from the hood intergalactic
In your planet of your regret I am the girlfriend you can't get
Playmate of the galaxy posing in the century
Playmate of the century posing in the galaxy
People and pleasure, objects and power
Playmate of the galaxy posing in the century
Playmate of the century posing in the galaxy
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Amor
V. Hugo
Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu'alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábio beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d'esperança,
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela,
Minha'alma, meu coração!
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Já não serve!
Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perda de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por ai querendo entrar. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça. – Caio Fernando Abreu
terça-feira, 2 de julho de 2013
Annabel Lee
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.
Edgar Poe
domingo, 30 de junho de 2013
Sua grande concha alcança o espaço infinito
segunda-feira, 13 de maio de 2013
Caráter
Uma pessoa de alma não tem caráter. Uma pessoa é uma abertura. Amanhã... quem sabe quem você será? Mesmo você não pode dizer quem você será, porque você ainda não conheceu o amanhã e o que ele trará. Assim, as pessoas que são realmente alertas nunca prometem coisa alguma, pois como você pode prometer? Você não pode dizer a alguém: "Amarei você amanhã também", pois, quem sabe?
A percepção real lhe trará tamanha humildade que você dirá: "Nada posso dizer sobre o amanhã. Veremos, deixe que o amanhã venha. Espero que eu ainda ame você, mas nada é certo." Essa é a beleza.
Se você tiver caráter, poderá ser muito claro, mas, quando você vive em liberdade, isso pode ser muito confuso para você e também para os outros. Mas essa confusão tem uma beleza em si, porque ela é viva, ela está sempre vibrando com novas possibilidades.
Atração e oposição (parte 1)
Existem alguns pontos fundamentais que é preciso entender. Primeiro, o homem e a mulher são, por um lado, a metade um do outro e, por outro lado, polaridades opostas. O fato de serem opostos os atrai. Quanto mais distantes estiverem, mais profunda será a atração; quanto maior a diferença entre eles, maior será o charme e a beleza e a atração.
Mas é aí que está todo o problema. Quando eles se aproximam, querem ficar mais próximos ainda, querem se fundir um no outro, querem se tornar um só ser, um todo harmonioso; porém, toda atração depende da oposição, e a harmonia dependerá da dissolução dessa oposição.
A menos que o caso de amor seja muito consciente, ele vai criar uma grande angústia, um grande problema.
Todos os amantes estão numa enrascada. Essa enrascada não é pessoal; ela reside na própria natureza das coisas. Eles não se sentiriam atraídos um pelo outro - isso é chamado de "cair de amores".
Não conseguem nem dar uma razão por que sentem esse impulso em direção ao outro. Eles não têm sequer consciência das causas subjacentes; por isso uma coisa estranha acontece: os amantes mais felizes são aqueles que nunca se encontram!
Depois que se encontram, a mesma oposição que criou a atração se torna um conflito. Em cada detalhe, as atitudes deles são diferentes, as suas abordagens são diferentes. Embora falem a mesma língua, não conseguem se entender.
terça-feira, 23 de abril de 2013
Cor-respondência
em vez de cartas de amor
que nunca escreves
que nunca recebo.
Passeiam em mim estas tardes
que parecem repetir
o amor bem feito
que voce tinha mania de fazer comigo.
Não sei amigo
se era o seu jeito
ou de propósito
mas era bom, sempre bom
e assanhava as tardes.
Refaça o verso
que mantinha sempre tesa
a minha rima
firme
confirme
o ardor dessas jorradas
de versos que nos bolinaram os dois
a dois.
Pense em mim
e me visite no correio
de pombos onde a gente se confunde
Repito:
Se meta na minha vida
outra vez meta
Remeta.
Elisa Lucinda
Se tu viesses ver-me
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…
Florbela Espanca
O amor nunca morre de morte natural
sábado, 13 de abril de 2013
Eu te aprisiono...
"Eu te aprisiono
no momento mais feliz.
Sem falhas
sem máculas
sem mal-entendidos.
Enquadro e guardo
a imagem na retina.
E assim, perfeito,
você pode deixar de existir."
Mariza Tavares
terça-feira, 9 de abril de 2013
As sete leis herméticas
As sete principais leis herméticas se baseiam nos princípios incluídos no livro Caibalion que reúne os ensinamentos básicos da Lei que rege todas as coisas manifestadas. A palavra Caibalion, na língua hebraica significa tradição ou preceito manifestado por um ente de cima. Esta palavra tem a mesma raiz da palavra Kabbalah, que em hebraico, significa recepção.
Lei do Mentalismo
"O Todo é Mente; o Universo é mental."O universo funciona como um grande pensamento divino. É a mente de um Ser Superior que 'pensa' e assim é tudo que existe. É o todo. Toda a criação principiou como uma ideia da mente divina que continuaria a viver, a mover-se e a ter seu ser na divina consciência.
A matéria é como os neurônios de uma grande mente, um universo consciente e que 'pensa'. Todo o conhecimento flui e reflui de nossa mente, já que estamos ligados a uma mente divina que contém todo o conhecimento.
Lei da Correspondência
"O que está em cima é como o que está embaixo. E o que está embaixo é como o que está em cima"A perspectiva muda de acordo com o referencial. A perspectiva da Terra normalmente nos impede de enxergar outros domínios acima e abaixo de nós. A nossa atenção está tão concentrada no microcosmo que não nos percebemos o imenso macrocosmo à nossa volta.
O princípio de correspondência diz-nos que o que é verdadeiro no macrocosmo é também verdadeiro no microcosmo e vice-versa.
Lei da Vibração
"Nada está parado, tudo se move, tudo vibra"No universo todo movimento é vibratório. O todo se manifesta por esse princípio. Todas as coisas se movimentam e vibram com seu próprio regime de vibração. Nada está em repouso. Das galáxias às partículas sub-atômicas, tudo é movimento.
Todos os objetos materiais são feitos de átomos e a enorme variedade de estruturas moleculares não é rígida ou imóvel, mas oscila de acordo com as temperaturas e com harmonia. A matéria não é passiva ou inerte, como nos pode parecer a nível material, mas cheia de movimento.
Lei da Polaridade
"Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados "A polaridade revela a dualidade, os opostos representando a chave de poder no sistema hermético. Mais do que isso, os opostos são apenas extremos da mesma coisa. Tudo se torna idêntico em natureza. O pólo positivo + e o negativo - da corrente elétrica são uma mera convenção.
O claro e o escuro também são manifestações da luz. A escala musical do som, o duro versus o flexível, o doce versus o salgado. Amor e o ódio são simplesmente manifestações de uma mesma coisa, diferentes graus de um sentimento.
Lei do Ritmo
"Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação"Pode se dizer que o princípio é manifestado pela criação e pela destruição. É o ritmo da ascensão e da queda, da conversão energia cinética para potencial e da potencial para cinética. Os opostos se movem em círculos.
É a expansão até chegar o ponto máximo, e depois que atingir sua maior força, se torna massa inerte, recomeçando novamente um novo ciclo, dessa vez no sentido inverso. A lei do ritmo assegura que cada ciclo busque sua complementação.
Lei do Gênero
"O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero se manifesta em todos os planos da criação"Os princípios de atração e repulsão não existem por si só, mas somente um dependendo do outro. Tudo tem um componente masculino e um feminino independente do gênero físico. Nada é 100% masculino ou feminino, mas sim um balanceamento desses gêneros.
Existe uma energia receptiva feminina e uma energia projetiva masculina, a que os chineses chamavam de yin yang. Nenhum dos dois pólos é capaz de criar sem o outro. É a manifestação do desejo materno com o desejo paterno.
Lei de Causa e Efeito
"Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei"Nada acontece por acaso, pois não existe o acaso, já que acaso é simplesmente um termo dado a um fenômeno existente e do qual não conhecemos e a origem, ou seja, não reconhecemos nele a Lei à qual se aplica.
Esse princípio é um dos mais polêmicos, pois também implica o fato de sermos responsáveis por todos os nossos atos. No entanto, esse princípio é aceito por todas as filosofias de pensamento, desde a antiguidade. Também é conhecido como karma.
Da Energia Latente no Ser Humano
Ser Humano (Ser) é Energia. Essa Energia é força de maior intensidade, de menor intensidade e de zero intensidade.
O Ser ativo, participativo, solidário, ético, optativo e decisivo é um Ser de Energia de intensidade alta, grande, maior.
Um Ser inativo, egoísta, passivo, corruptor, inoptativo e indeciso é um Ser de Energia de intensidade baixa, rasa, sofrível.
Um Ser doente, em fase terminal, é um Ser de intensidade de Energia igual a zero.
Um Ser que faz o mal, vive para o mal, pratica o mal, venera o mal, participa para o mal, tem o pensamento voltado para o mal, ludibria a vontade alheia em proveito próprio, tem uma Energia de intensidade sofrível.
Um Ser que é benevolente, que pratica boas ações, que venera o bem, faz o bem sem olhar a quem, ajuda ao próximo, tem o pensamento voltado para a prática do bem, é altruísta, provoca a paz entre os homens, tem uma Energia de intensidade maior.
Um esquema para melhor entender esse homem de Energia sofrível: A Elipse é aberta em ordenadas e abscissas negativas.
Um esquema para melhor entender esse homem de Energia maior: A Elipse é fechada em ordenadas e abscissas positivas.
Um esquema para melhor entender esse homem de Energia zero: A Elipse tem abscissas e ordenadas iguais.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
A Nossa Casa
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!
Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?
Sonho… que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num jardim,
Num país de ilusão que nunca vi…
E que eu moro - tão bom! - dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim…
Florbela Espanca
sexta-feira, 2 de março de 2012
Humano, demasiado humano; Nietzsche
domingo, 20 de novembro de 2011
Há poetas que são artistas
E trabalham nos seus versos
Como um carpinteiro nas tábuas!...
Que triste não saber florir!
Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro
E ver se está bem, e tirar se não está!...
Quando a única casa artística é a Terra toda
Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma.
Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira,
E olho para as flores e sorrio...
Não sei se elas me compreendem
Nem sei eu as compreendo a elas,
Mas sei que a verdade está nelas e em mim
E na nossa comum divindade
De nos deixarmos ir e viver pela Terra
E levar ao solo pelas Estações contentes
E deixar que o vento cante para adormecermos
E não termos sonhos no nosso sono.
Alberto Caeiro
sábado, 19 de novembro de 2011
Mas não é isso que tem acontecido no processo educacional. Ocorre justamente o oposto: estão enchendo as pessoas de ideias. Nada tem sido retirado do poço: as águas do poço estão sendo exploradas.
Em vez disso, pedras têm sido lançadas dentro do poço. Logo a água irá desaparecer e o poço ficará cheio de pedras.
É isso que vocês chamam de eruditos, sábios, professores. Nada são além de tomates recheados. Nada além disso, apenas pessoas recheadas com grande quantidade de besteiras.
Osho
www.palavrasdeosho.com
Em sintonia e fora de sintonia

E você sempre acha que alguma coisa está fora de sintonia. Isso também é natural, pois, quando duas pessoas se encontram, dois mundos diferentes também estão se encontrando.
Esperar que eles se encaixem perfeitamente é esperar demais, é esperar o impossível, e isso provocará frustração. Algo sempre estará fora de sintonia. Se vocês se entrosarem perfeitamente e nada ficar fora de sintonia, o relacionamento ficará estagnado.
No máximo, haverá alguns momentos em que tudo está em sintonia, raros momentos. Mesmo que esses momentos aconteçam, eles podem nem ser detectados, pois são tão raros e fugidios!
Mal chegam e já estão indo embora; não passam de um vislumbre. E esse vislumbre pode deixá-los mais frustrados, porque você começará a perceber que mais e mais coisas estão fora de sintonia.
É assim que tem que ser. Empenhe-se ao máximo para criar essa sintonia, mas esteja sempre preparado para o caso de ela não acontecer perfeitamente. E não se preocupe com isso, do contrário você ficará cada vez mais fora de sintonia.
O sentimento de estar em sintonia só ocorre quando você não está preocupada com isso. Ele acontece apenas quando você não está tenso em relação a isso, quando não tem expectativas - ele surge do nada. Trata-se de uma graça, de uma dádiva da existência, uma dádiva do amor.
O amor não é uma coisa que você possa fazer. Mas, fazendo outras coisas, o amor pode acontecer. Existem coisinhas que você pode fazer - sentarem-se juntos, olhar a lua, ouvir música - nada diretamente relacionado ao amor.
O amor é muito delicado, muito frágil. Se você olha para ele, fixa os olhos nele diretamente, ele desaparece. Só aparece quando você está distraído, fazendo outra coisa.
Você não pode atingi-lo diretamente, como com uma flecha. O amor não é um alvo. Ele é um fenômeno muito sutil. É muito tímido. Se você encará-lo de frente, ele se esconde. Se fizer alguma coisa diretamente, você o perde.
Osho
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Canção do vento e da minha vida
o vento varria os frutos,
o vento varria as flores...
E a minha vida ficava
cada vez mais cheia
de frutos, de flores, de folhas.
O vento varria as luzes,
o vento varria as músicas,
o vento varria os aromas...
E a minha vida ficava
cada vez mais cheia
de aromas, de estrelas, de cânticos.
O vento varria os sonhos
e varria as amizades...
o vento varria as mulheres.
E a minha vida ficava
cada vez mais cheia
de afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
e varria os teus sorrisos...
o vento varria tudo!
E a minha vida ficava
cada vez mais cheia
de tudo.
domingo, 13 de novembro de 2011
Poética
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
Manuel Bandeira
sábado, 12 de novembro de 2011
Que medo é esse?
Você tem medo de se perder. E o mais estranho é que as pessoas que têm medo de se perder são justamente aquelas que não estão de posse de si mesmas. Aquelas que estão de posse delas mesmas não têm medo. Então, é na realidade uma questão de exposição. Você não tem nada a perder.
Você acha que tem algo a perder. As pessoas têm medo da vida. Elas têm medo da vida porque a vida só é possível se você for capaz de enlouquecer - enlouquecer no amor, enlouquecer na sua canção, enlouquecer na sua dança. É aí que reside o medo.
Quem tem medo da morte? Nunca cruzei com ninguém que tivesse. Mas quase todo mundo que eu conheço tem medo da vida. Descarte o medo da vida... Porque ou você tem medo ou vive, só depende de você. Você não tem nada a perder, só tem a ganhar. Esqueça as lágrimas e mergulhe de cabeça na vida.
Então um dia a morte virá como uma convidada de honra, não como uma inimiga, e você apreciará a morte ainda mais do que apreciou a vida, porque a morte tem as suas próprias belezas. E a morte é muito rara, porque ela só acontece uma só vez - a vida acontece todos os dias.
Osho
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
sábado, 5 de novembro de 2011
Esqueça tudo sobre Deus - procure o amor
E Deus não pode cometer suicídio. Isso é impossível, porque Deus significa bem-aventurança - por que a bem-aventurança cometeria suicídio? Deus significa verdade - por que a verdade cometeria suicídio? Deus significa eternidade - portanto o suicídio é impossível. Ele deve ter sido assassinado.
Foram os sacerdotes que fizeram isso. Todos os sacerdotes de todas as religiões participaram dessa grande conspiração: eles mataram Deus. Claro que não podem matar o Deus verdadeiro, mas eles podem matar o Deus que eles próprios criaram.
Devido aos dez mil anos de história estúpida em nome da religião, sugiro: procure o amor, esqueça tudo sobre Deus. Assim o divino virá sozinho, naturalmente. Ele certamente virá, é inevitável.
Osho
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Lilith

"[...]Lilith não é um demónio mas uma poderosa deusa primordial, que representa o poder da mulher. Poder não sobre o outro ou sobre as coisas, mas sobre si mesma – o poder de ser ela mesma, de saber fazer com que seu espaço e seu lugar sejam respeitados, de se expressar e viver como seja mais apropriado para ela, sem se submeter à condições abusivas ou mandatos culturais.
O poder de ser livre.
Eu danço a minha vida para mim mesma
Sou inteira
Sou completa
Digo o que penso
E penso o que digo
Eu danço a escuridão e a luz
O consciente e o inconsciente
O sadio e o insano
E falo por mim mesma
Autênticamente
Com total convicção
Sem me importar com as aparências
Todas as partes de mim
Fluem para o todo
Todos os meus aspectos divergentes tornam-se um
Eu ouço
O que é preciso ouvir
Nunca peço desculpas
Sinto os meus sentimentos
Eu nunca me escondo
Vivo a minha sexualidade
Para agradar a mim mesma
E agradar aos outros
Expresso-a como deve ser expressa
Do âmago do meu ser
Da totalidade da minha dança
Eu sou fêmea
Sou sexual
Sou o poder
A muito temida."
Amy Sophia Marashinsky
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Ego
Um vizinho chega e diz "Que criança bonita!", e olha para a criança com um olhar de apreciação. Então o ego começa a funcionar. Alguém sorri, uma outra pessoa não sorri. Algumas vezes a mãe é muito carinhosa, outras vezes está muito zangada.
E a criança vai aprendendo que não é aceita como ela é. Seu ser não é aceito de forma incondicional: há condições a serem satisfeitas. Se ela grita e chora e há visitas na casa, sua mãe se zanga. Se ela grita e chora, mas não há visitas na casa, sua mãe não se importa.
Se ela não grita, nem chora, sua mãe a recompensa sempre com beijos amorosos e com carinho. Quando há visitas, se a criança sabe ficar quieta, em silêncio, sua mãe fica muito feliz e a recompensa. A criança vai aprendendo as opiniões dos outros sobre si mesma olhando no espelho dos relacionamentos.
Você não pode ver a sua face diretamente. Você tem que olhar em um espelho, e no espelho você pode reconhecer sua face. Esse reflexo se torna sua ideia de sua face, e há milhares de espelhos a seu redor, todos eles refletindo algo. Alguém o ama, alguém o odeia, alguém é indiferente.
E então, aos poucos, a criança cresce e continua acumulando as opiniões de outras pessoas. A essência total dessas opiniões dos outros constitui o ego. A pessoa começa a olhar para si mesma da forma como os outros a veem. Começa a se olhar de fora: isso é o ego.
Se as pessoas gostam dela e a aplaudem, ela pensa ser bela, estar sendo aceita. Se as pessoas não a aplaudem e não gostam dela, rejeitando-a, ela se sente condenada. Ela está continuamente procurando formas e meios para ser apreciada, para ser repetidamente assegurada de que possui valor, que possui um mérito, um sentido e um significado.
Então a pessoa passa a ter medo de ser ela mesma. É preciso encaixar-se na opinião dos outros.
Se você deixar de lado o ego, subitamente se tornará novamente uma criança. Você não estará mais preocupado com o que os outros pensam sobre você, não prestará mais atenção àquilo que os outros dizem de você.
Nesse momento, terá deixado cair o espelho. Ele não tem mais sentido: a face é sua, então por que perguntar ao espelho?
Osho
domingo, 30 de outubro de 2011
Lord Ganesh

"No hinduismo ,Ganexa ou Ganesha (sânscrito: गणेश ou श्रीगणेश (quando usado para distinguir status de Senhor) (ou "senhor dos obstáculos," seu nome é também escrito como Ganesa e Ganesh, algumas vezes referido como Ganapati) é uma das mais conhecidas e veneradas representações de deus. Ele é o primeiro filho de Shiva e Parvati, e o "esposo" de Buddhi (também chamada Riddhi) e Siddhi. Ele é chamado também de Vinayaka em Kannada, Malayalam e Marathi, Vinayagar

Ganesha é o símbolo das soluções lógicas, e deve ser interpretado como tal. Seu corpo é humano enquanto que a cabeça é de um elefante, e ao mesmo tempo, seu transporte (vahana) é um rato. Desta forma Ganesha representa uma solução lógica para os problemas, ou "Destruidor de Obstáculos". Sua consorte é Buddhi (um sinônimo de mente) e ele é adorado junto de Lakshmi (a deusa da abundância) pelos mercadores e homens de negócio. A razão sendo a solução lógica para os problemas e a prosperidade são inseparáveis.
O culto de Ganesha é amplamente difundido, mesmo fora da Índia. Seus devotos são chamados Ganapatyas.
História de Ganesha
A mais conhecida história é provavelmente aquela encontrada no Shiva Purana. Uma vez, quando sua mãe Parvati queria tomar banho, não havia guardas na área para protegê-la de alguém que poderia entrar na sala. Então ela criou um ídolo na forma de um garoto, esse ídolo foi feito da pasta que Parvati havia preparado para lavar seu corpo. A deusa infundiu vida no boneco, então Ganesha nasceu. Parvati ordenou a Ganesha que não permitisse que ninguém entrasse na casa e Ganesha obedientemente seguiu as ordens de sua mãe. Dali a pouco Shiva retornou da floresta e tentou entrar na casa, Ganesha parou o Deus. Shiva se enfureceu com esse garotinho estranho que tentava desafiá-lo. Ele disse a Ganesha que ele era o esposo de Parvati e disse que Ganesha poderia deixá-lo entrar. Mas Ganesha não obedecia a ninguém que não fosse sua querida mãe. Shiva perdeu a paciência e teve uma feroz batalha com Ganesha. No fim, ele decepou a cabeça de Ganesha com seu Trishula (tridente). Quando Parvati saiu e viu o corpo sem vida de seu filho, ela ficou triste e com muita raiva. Ela ordenou que Shiva devolvesse a vida de Ganesha imediatamente. Mas, infortunadamente, o Trishula de Shiva foi tão poderoso que jogou a cabeça de Ganesha muito longe. Todas as tentativas de encontrar a cabeça foram em vão. Como último recurso, Shiva foi pedir ajuda para Brahma que sugeriu que ele substituísse a cabeça de Ganesha com o primeiro ser vivo que aparecesse em seu caminho com sua cabeça na direção norte. Shiva então mandou seu exército celestial (Gana) para encontrar e tomar a cabeça de qualquer criatura que encontrarem dormindo com a cabeça na direção norte. Eles encontraram um elefante moribundo que dormia desta maneira e após sua morte, tomaram sua cabeça, e colocaram a cabeça do elefante no corpo de Ganesha trazendo-o de volta à vida. Dali em diante ele é chamado de Ganapathi, ou o chefe do exército celestial, que deve ser adorado antes de iniciar qualquer atividade.
Assim como acontece com todas as outras formas externas nas quais o Hinduísmo representa deus, no sentido da aparência pessoal de Brahman (também chamada de Ishvara, o Senhor), a figura de Ganesha é também um arquétipo cheio de múltiplos sentidos e simbolismo que expressa um estado de perfeição assim como os meios de obtê-la. Ganesha, de facto, é o símbolo daquele que descobriu a Divindade dentro de si mesmo.
Ganesha é o som primordial, OM, do qual todos os hinos nasceram. Quando Shakti (Energia) e Shiva (Matéria) se encontram, ambos o Som (Ganesha) e a Luz (Skanda) nascem. Ele representa o perfeito equilíbrio entre força e bondade, poder e beleza. Ele também simboliza as capacidades discriminativas que provê a habilidade de perceber a distinção entre verdade e ilusão, o real e o irreal.
O Senhor cujo a Forma OM
Ganesha é também definido como Omkara ou Aumkara, que significa "tendo a forma de Om

Cada elemento do corpo de Ganesha tem seu próprio valor e seu próprio significado:
A cabeça de elefante indica fidelidade, inteligência e poder discriminatório;
O fato dele ter apenas uma única presa (a outra estando quebrada) indica a habilidade de Ganesha de superar todas as formas de dualismo;
As orelhas abertas denotam sabedoria, habilidade de escutar pessoas que procuram ajuda e para refletir verdades espirituais. Elas simbolizam a importância de escutar para poder assimilar idéias. Orelhas são usadas para ganhar conhecimento. As grandes orelhas indicam que quando Deus é conhecido, todo conhecimento também é;
A tromba curvada indica as potencialidades intelectuais que se manifestam na faculdade de discriminação entre o real e o irreal; Na testa, o Trishula (arma de Shiva, similar a um Tridente) é desenhado, simbolizando o tempo (passado, presente e futuro) e a superioridade

A barriga de Ganesha contém infinitos universos. Ela simboliza a benevolência da natureza e equanimidade, a habilidade de Ganesha de sugar os sofrimentos do Universo e proteger o mundo;
A posição de suas pernas (uma descansando no chão e a outra em pé) indica a importância da vivência e participação no mundo material assim como no mundo espiritual, a habilidade de viver no mundo sem ser do mundo.
Os quatro braços de Ganesha representam os quatro atributos do corpo sutil, que são: mente (Manas), intelecto (Buddhi), ego (Ahamkara), e consciência condicionada (Chitta). O Senhor Ganesha representa a pura consciência - o Atman - que permite que estes quatro atributos funcionem em nós;
A mão segurando uma machadinha, é um símbolo da restrição de todos os desejos, que trazem dor e sofrimento. Com esta machadinha Ganesha pode repelir e destruir os obstáculos. A machadinha é também para levar o homem para o caminho da verdade e da retidão;
A segunda mão segura um chicote, símbolo da força que leva o devoto para a eterna beatitude de Deus. O chicote nos fala que os apegos mundanos e desejos devem ser deixados de lado;
A terceira mão, que está em direção ao devoto, está em uma pose de bênçãos, refúgio e proteção (abhaya);
A quarta mão segura uma flor de lótus (padma), e ela simboliza o mais alto objetivo da evolução humana, a realização do seu verdadeiro eu.
Ganesha e o Rato
Ganesha montado em seu rato. Note as flores oferecidas pelos devotos. Uma escultura do Templo de Vaidyeshwara em Talakkadu, Karnataka, India.De acordo com uma interpretação, o divino veículo de Ganesha, o rato ou mushika representa sabedoria, talento e inteligência. Ele simboliza investigação diminuta de um assunto difícil. Um rato vive uma vida clandestina nos esgotos. Então ele é também um símbolo da ignorância que é dominante nas trevas e que teme a luz do conhecimento. Como veículo do Senhor Ganesha, o rato nos ensina a estar sempre alerta e iluminar nosso eu interior com a luz do conhecimento.
Ambos Ganesha e Mushika amam modaka, um doce que é tradicionalmente oferecido para os dois durante cerimônias de adoração. O Mushika é normalmente representado como sendo muito pequeno em relação a Ganesha, em contraste para as representações dos veículos das outras divindades. Porém, já foi tradicional na arte Maharashtriana representar Mushika como um rato muito grande, e Ganesha estando montado nele como se fosse um cavalo.
Outra interpretação diz que o rato (Mushika ou Akhu) representa o ego, a mente com todos os seus desejos, e o orgulho da individualidade. Ganesha, guiando sobre o rato, se torna o mestre (e não o escravo) dessas tendências, indicando o poder que o intelecto e as faculdades discriminatórias têm sobre a mente. O rato (extremamente voraz por natureza) é habitualmente representado próximo a uma bandeja de doces com seus olhos virados em direção de Ganesha, enquanto ele segura um punhado de comida entre suas patas, como se esperando uma ordem de Ganesha. Isto representa a mente que foi completamente subordinada à faculdade superior do intelecto, a mente sob estrita supervisão, que olha fixamente para Ganesha e não se aproxima da comida sem sua permissão.
A Presa Quebrada
Estátua de Ganesha do Distrito de Andra Pradesh, Índia.A presa quebrada de Ganesha, como descrita acima, simboliza inicialmente sua habilidade de superar ou "quebrar" as ilusões da dualidade. Porém, existem muitos outros sentidos que têm sido associados a este símbolo.
Um elefante normalmente tem duas presas. A mente também freqüentemente propõe duas alternativas: o bom e o mau, o excelente e o expediente, fato e fantasia. A cabeça de elefante do Senhor Ganesha porém tem apenas uma presa por isso ele é chamado "Ekadantha," que significa "Ele que tem apenas uma presa", para lembrar a todos que é necessário possuir determinação mental."
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
O Antimundo

"A teoria da expansão e contração faz pensar que a criação universal esta subordinada a ciclos que vão do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, e vice-versa.
LIVRARIA BERTRAND, S.A.R.L.- Lisboa
www.rodrigoenok.blogspot.com
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
- ninguém, exceto tu, só tu.
Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias.
Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar.
Onde leva?
Não perguntes, segue-o!'
Nietzsche
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Dizedora de sim
A pessoa realmente religiosa não tem nada a ver com A Bíblia ou com o Corão ou com o Bhagavad Gita.
A pessoa realmente religiosa tem uma profunda comunhão com a existência. Ela pode dizer sim para uma rosa, ela pode dizer sim para as estrelas, ela pode dizer sim para as pessoas, ela pode dizer sim para seu próprio ser, para seus próprios desejos.
Ela pode dizer sim para o que quer que a vida traga para ela.
Ela é uma dizedora de sim.
Quando duas pessoas começam a se tornar uma

Quando duas pessoas que se amam estão realmente abertas uma à outra, quando elas não temem uma à outra e não escondem nada uma da outra... isso é intimidade. Quando elas podem dizer tudo, sem medo de que o outro irá se ofender ou magoar...
Se o ente querido pensa que o outro ficará ofendido, então a intimidade ainda não é profunda o bastante. É um tipo de acordo que pode ser rompido por qualquer coisa.
Mas quando duas pessoas que se amam começam a sentir que não há nada a esconder e tudo pode ser dito, e a confiança chega a tal profundidade que mesmo que um não diga o outro irá saber, então eles começam a se tornar um.
Osho
sábado, 1 de outubro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Magia do caos
Deleitando-se com a realidade estocástica, podemos nos regalar exclusivamente com as definições mágicas da existência. As estradas do excesso podem ainda levar ao palácio de sabedoria e muitas coisas indeterminadas podem acontecer no caminho do equilíbrio termodinâmico. É inútil buscar chão sólido onde pisar. A solidez é uma ilusão, como o pé que a pisa, e o Eu que pensa possuí-los é a mais transparente de todas as ilusões.
As pesadas embarcações da fé estão furadas e afundando juntamente com todos os botes salva-vidas e suas jangadas engenhosas. Então você vai fazer compras no supermercado de crenças ou no supermercado de sensações e permite que suas preferências de consumo definam seu eu verdadeiro? Ou você, em um estilo corajoso e alegre, roubaria ambos apenas por diversão? Pois a crença é uma ferramenta para obter qualquer coisa que se considere importante ou prazerosa, e a sensação não tem nenhum outro propósito além da sensação. Assim, ajude-se a obtê-las sem pagar o preço. Sacrifique a verdade pela liberdade, em cada chance que tiver. O maior divertimento, liberdade e realização estão em não ser você mesmo. Há pouco mérito em simplesmente ser quem quer que você seja por um obra congênita acidental e circunstancial. Inferno é a condição de não ter alternativas.
Rejeite então as obscenidades da uniformidade planejada, da ordem e do propósito. Vire-se e encare as ondas das marés do Caos, das quais os filósofos têm fugido apavorados por milênios. Pule para dentro e saia surfando em sua crista, exibindo-se em meio à estranheza sem limites e o mistério em todas as coisas, rejeitando falsas certezas. Graças ao Caos isso nunca terminará"
Peter J. Carroll
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
sábado, 24 de setembro de 2011
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Carlos Drummond de Andrande
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Por quê?
É que meu coração, em meio às delícias,
De uma lembrança ciumenta constantemente oprimido…
Indiferente á felicidade presente, vai procurar tormentos….
No futuro e no passado."
Alex Dumas
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Sunday Morning

Eu me lembro quando eu era jovem
Me sentindo triste na manhã de domingo
Eu não quero fazer isso nunca mais.
Esperando numa fila com uma mente suja
Limpe-a na manhã de domingo.
Eu não quero fazer isso nunca mais
Um dia por semana nós viramos a bochecha
Oh, como nós nos ajoelhávamos.
Oh, nós estávamos (éramos) tão quietos.
Nunca, nenhuma luz lá...
Eu não ligo, não estava certo lá...
Acorde cedo, arrume seu cabelo.
Melhor do domingo na manhã de domingo.
Eu não quero ver isso nunca mais.
Chá e torradas na sala de visitas.
Nós fizemos isso tudo na manhã de domingo.
Eu não quero ver isso nunca mais.
Nós entramos no medo, para adorar aqui.
É errado sentir. É errado preocupar-se.
Você não deve roubar, você não deve xingar.
Eu não quero fazer isso nunca mais.
Eu não quero fazer isso nunca mais.
Bolshoi
A mente verdadeiramente criativa
Pearl Buck
(Em memória de alguém...)
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Relacionamento
Por que é que nós, seres humanos, não temos sido capazes de resolver este problema do relacionamento embora tenhamos vivido nesta Terra durante milhões de anos? É por que cada um tem sua própria imagem específica construída pelo pensamento, e o nosso relacionamento está baseado em duas imagens: a imagem que o homem cria sobre a mulher, e a imagem que a mulher cria sobre o homem? Portanto, neste relacionamento somos como duas imagens vivendo juntas. Isso é um fato. Se você se observar muito cuidadosamente, se me permite salientar, você verá que criou uma imagem dela e ela criou uma imagem, uma estrutura verbal, sua. Portanto o relacionamento dá-se entre estas duas imagens. Estas imagens foram construídas pelo pensamento. E pensamento não é amor."
Krishnamurti - The Network of Thought, p 87
Ajustamento

"Atualmente, não sois indivíduos, e sim meras máquinas de imitar, produto de um certo meio cultural, um certo sistema educativo. Sois o corpo coletivo, não sois indivíduo, sendo isto muito óbvio. Todos sois hinduístas ou cristãos, isto ou aquilo, com certos dogmas, crenças, o que significa que sois produto da massa. Por conseguinte, não sois indivíduos. Precisais estar totalmente descontentes, para poderdes descobrir. Mas a sociedade não deseja ver vos descontentes, porque teríeis então vitalidade, começaríeis a inquirir, a investigar, a descobrir e, conseqüentemente, vos tornaríeis perigosos para ela."
Krishnamurti - Da solidão à Plenitude Humana - ICK
Não há grandeza alguma no apego
Krishnamurti - O Livro da Vida
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Canção do Amor-Perfeito
seca o amor, seca as palavras.
Deixa tudo solto, leve,
desunido para sempre
como as areias nas águas.
O tempo seca a saudade,
seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas,
vagando seco e vazio
como estas conchas das praias.
O tempo seca o desejo
e suas velhas batalhas.
Seca o frágil arabesco,
vestígio do musgo humano,
na densa turfa mortuária.
Esperarei pelo tempo
com suas conquistas áridas.
Esperarei que te seque,
não na terra, Amor-Perfeito,
num tempo depois das almas.
Cecília Meireles
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Entre dois pensamentos, mergulhe no céu interior
Bayazid tomou a cabeça do discípulo em suas mãos e olhou-o nos olhos. O discípulo mostrou-se um pouco intranquilo, e Bayazid disse: "Onde está essa raiva? Eu gostaria de vê-la aqui".
O discípulo riu, pouco à vontade, e disse: "Agora eu não estou bravo. Às vezes acontece".
Então Bayazid disse: "Aquilo que acontece às vezes não é da sua natureza. É um acidente. Vai e vem. É como as nuvens, então por que ficar preocupado com as nuvens? Pense no céu que está sempre ali".
Esta é a definição de atman, o céu que está sempre presente. Tudo aquilo que vai e vem é irrelevante; não se aborreça com isso, é só fumaça.
O céu que permanece eternamente nunca muda, nunca fica diferente. Entre dois pensamentos, mergulhe nele; entre dois pensamentos, ele está sempre ali. Olhe dentro dele e de repente perceberá que você está na não-mente.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Agora Só Falta Você

Um belo dia resolvi mudar
E fazer tudo o que eu queria fazer
Me libertei daquela vida vulgar
Que eu levava estando junto a você
E em tudo que eu faço
Existe um porquê
Eu sei que eu nasci
Sei que eu nasci pra saber
E fui andando sem pensar em voltar
E sem ligar pro que me aconteceu
Um belo dia vou lhe telefonar
Pra lhe dizer que aquele sonho cresceu
No ar que eu respiro
Eu sinto prazer
De ser quem eu sou
De estar onde estou
Rita Lee